quarta-feira, 6 de abril de 2011

Depois do meu primeiro desgosto de amor, achei que ia ficar mais perspicaz nas minhas escolhas e que era impossível sofrer mais do que aquilo que tinha sofrido, fiquei uns meses a achar que nunca mais ia encontrar ninguém, que aquela pessoa tinha qualidades que nunca mais ia encontrar ninguém, que seria impossível alguém me fazer sorrir daquela forma, até que veio o segundo desgoto, depois o terceiro, o quarto e por aí...


Com o tempo e com a pouca experiência fui percebendo que não ficava mais forte, nem mais perspicaz, ficava só mais desgastada e mais desacreditada, fui passando a ver as coisas com outros olhos. De cada vez que a coisa corria mal, parece que custava cada vez mais, que ia ficando cada vez mais desiludida com as pessoas, em todas as vezes o processo foi semellhante, acordar todos os dias com aquela sensação de vazio, por mais que esteja sol o dia parece cinzento, não parar para não pensar ou simplesmente não ter forças para sair da cama, não sentir praticamente nada ou sentir demasiadas coisas ao mesmo tempo... Claro que há sempre pessoas que nos marcam mais, há desgostos mais intensos, dores que custam mais a passar, eu já cheguei a acreditar que não podia acontecer nada pior, que nunca mais ia conseguir ser feliz, que se não tinha aquela pessoa ao meu lado a minha vida não fazia sentido...


Depois de muitos pontapés no coração e na alma a minha ideia daquilo que era uma relação ou o amor foi ficando estranha, estranha é exactamente a palavra certa, porque tudo aquilo em que acreditava e que para mim fazia sentido deixou de fazer.


Aos 18 anos não sei nada sobre relações nem amor, as experiências que tive ao contrário do que pensava não me ajudaram a definir estas duas palavras.


Sem comentários:

Enviar um comentário